Por causa dA Dívida - EPÍLOGO



ALGURES NAS AREIAS TÓRRIDAS E DESÉRTICAS DO SAHARA...

- Ventoiiiiinha!
- Sim, chefe, diga, chefe.
- Está um calor que não se pode. Vá buscar um garrafão de água ao jipe…
- Sim, chefe, mas, ó chefe…
- Diga…
- A história não tinha acabado? E na disputa entre os dois autores o Senhor João Paulo não reconheceu, no final do último capítulo, que a Dona Dulce tinha vencido?
- Deixe-se de parvoíces Ventoinha. O Senhor João Paulo só admitiu aquilo para que a Dona Dulce e a Dona ISA E. julgassem que tinham ganho…
- Mas, ó chefe, assim isto nunca mais acaba, pode haver sempre mais um capítulo!
- Irrraaa que é burro! Ventoinha, isso seria possível se o Senhor João Paulo tivesse numerado este capítulo, por exemplo com o número 19. Acontece que o Senhor João Paulo, inteligente e excelsa criatura, chamou a este capítulo EPÍLOGO! Você sabe o que é um epílogo homem?
- Nem conhecia a palavra, chefe.
- Irrraaa que é burro! Um EPÍLOGO é o capítulo que fecha uma história, a partir daí não pode ser mais continuada. É o fim!
- Eh chefe, o Senhor João Paulo é mesmo superior, certo?
- Certíssimo! Aproveitou-se dessa falha da Dona Dulce que em vez de fechar a história, limitou-se a numerá-la… é um homem muito inteligente!
- E ó chefe e nomeadamente e o que é que gente veio aqui fazer?
- Irrraaa que é burro! Você está no deserto, tem areia a toda a volta, tem uma pá na mão e pergunta o que é que veio cá fazer?
- Sei lá chefe e nomeadamente e apanhar um escaldão.
- Irrraaa que é burro! Veio cavar, sua cavalgadura, veio cavar… olha aqui está… EUREKA!!! Em cheio… Viemos carregados de mapas e bússolas mas isto deu resultado, é aqui mesmo!
- Ó chefe, sente-se bem? Isto são só uns arbustos…
- Abra os olhos, sua cavalgadura, que figura desenham os arbustos?
- Um X!
- E onde é que está sempre o X?
- Na palavra táxi?
- Irrraaa que é burro! No local do tesouro, sua besta! Comece a cavar que eu vou enviar um pombo-correio ao Senhor João Paulo a dizer que encontrámos o tesouro. Estamos ricos! Cave, homem, cave!
- Chefe, chefe, encontrei o baú! Está cheio de moedas de ouro e tem aqui um livro…
- É muito ouro?
- Eh chefe, mais do que alguma vez eu imaginei que existisse!
- E qual é o título do livro, Ventoinha?
- Na capa diz assim: “Por causa dA Dívida” pelo fabuloso João Paulo Videira e suas carinhosas ajudantes, Dulce Morais e ISA E.
- Certo, na mouche! Agora leia o último parágrafo.
- Certo, chefe e é nomeadamente para já, chefe. Ó chefe, o que é um parágrafo?
- Irrraaa que é burro! Leia essa parte final que diz epílogo…
- Eh chefe, somos nós no deserto, chefe…
- Ó homem passe à frente, leia o último trecho, o que está escrito em itálico porque é suposto estar a ser lido por si…
- Certo, chefe, é para já, chefe.

ILHAS SEYCHELLES

Num resort turístico nas Ilhas Seychelles, com cabanas de fundo envidraçado sobre o mar, pequenas praias privadas e areias alvíssimas e águas marinhas de um azul cristalino. Através da água do mar vê-se o fundo do oceano, seus corais e peixes multicolores. Numa enorme toalha de praia estão Huguinho e Joaninha beijando-se apaixonadamente depois de terem resolvido juntar os trapinhos por sugestão do multimilionário autor João Paulo Videira que descobriu um tesouro antiquíssimo nas areias do deserto do Sahara. Ao lado deles, recostados em duas enormes cadeiras espreguiçadeiras, estão Marinho e Belinha que bebem um refresco de leite de coco a partir do próprio fruto chupando por uma palhinha. Ela está a ler uma revista cor-de-rosa e ele tem um jornal desportivo sobre o peito mas adormeceu há muito e está apanhar um escaldão. O magnânimo João Paulo Videira pagou-lhes as dívidas e indemnizou as vítimas das suas vigarices e trouxe-os consigo para lhe fazerem companhia, afinal de contas, são uma criação sua. No meio do mar estão Patilhas e Ventoinha a pescar e a conversar animadamente. Num lançamento desajeitado, o anzol de Ventoinha atinge o rabo de Patilhas e ouve-se ao longe, Irrraaa que é burro!
Um pouco afastado deste grupo está João Paulo Videira recostado numa cadeira espreguiçadeira, com os joelhos dobrados e o seu caderno preto sobre eles. Está a escrever. Ajoelhada na areia, atrás de si, envergando um biquíni minúsculo em sua bunda redondinha e bronzeada está ISA E. que se dedica a massajar-lhe os ombros. Ao lado do escritor, também ajoelhada na areia, com um biquíni igualmente minúsculo em sua bunda encarnada queimada do sol, está Dulce que lhe vai passando um pouco de protetor solar no peito e nos braços. ISA E., com carinho no olhar, diz para Dulce:
- Quirida, o nosso JP é imbativéu, sê não acha não?
- Claro ISA E.! Só ele se lembraria de fechar uma história com o epílogo, como deve ser. Estou rendida à sua arte e aos seus encantos.
- Põe encanto nisso, quirida! Eli é tão espadaúdo! Músculo rijinho paca, viu?! JP, nosso amor, a massagem tá bem assim, tá?
- Muito bem ISA E. Você é ainda mais carinhosa ao vivo do que no blogue.
- E o creme, está bem assim, JP?
- Muito bem, Dulce, tens muito jeitinho.
- JP, é este o final que pensaste para “Por causa da Dívida”?
- Não, Dulce, isto é só parte do final… ainda falta um toque…
- Um toque quê, JP?
- Um toque apoteótico. Olha, aí vem ele… estás a ver a vegetação aí na parte de trás da praia?
- Estou, JP, mas não vejo nada…
- Olha com atenção, Dulce, e você, ISA E., olhe também…

Na vegetação por trás de JP começa por sentir-se um restolhar de gente e um som ao fundo como se fosse música, depois o som vai ficando mais elevado e mais nítido e percebe-se que é um ruído imenso de festa. O primeiro a surgir é o Brutamontes Quebra-Ossos. Com sua força descomunal traz um bar de madeira às costas atira com ele e o bar fica cravado na areia da praia, depois surgem dezenas de pessoas da vegetação, todos amigos e leitores de JP, Dulce e ISA E. Os homens trazem geleiras com bebidas frescas e rádios às costas, as mulheres, trazem saias ao estilo havaiano, colares de flores e biquínis diminutos e vêm todos a dançar e a cantar, Brasiiil, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá… Marisete Zanon passa dançando e pulando e deixa um beijo na testa de JP marcando-o com batom, abraça-se a ISA E. e Dulce e lá vão cantando e dançando, abanando suas bundas ao ritmo da música enquanto balançam os braços para cima e para baixo. Depois chegam Marly, Bia Hain, Antônia Ivani, Claudia Fernandez, Elaine Neves, Vera, Ingritt Maiara, Sofia Toscana, Milton Alves e tantos, tantos outros amigos de ISA E.E quando o sotaque brasileiro parecia tomar conta da praia, surge do arbusto o Clã do Comboio, primeiro, a Senhora das Caralhotas, não se vê o biquíni, está tapado pela bunda e pelos enoooormes seios, depois a Senhora da Revista de Culinária, o Rapaz do Fato Cinzento, um Tipo Careca a que a gente Chama Álvaro, o VM, O RB e todos os outros dançando e pulando ao som da música. Por fim entram na fantasia os leitores de Dulce e JP e tomam conta do pedaço. Joga-se à bola, dança-se, brinca-se à apanhada e há risadas ecoando no ar. O Brutamontes Quebra-Ossos começa a distribuir caipirinhas, todos cantam e dançam e riem e fazem a festa da amizade em português, a festa da fraternidade sem fronteiras, com muita música, muita alegria, muita paz e, claro, biquínis diminutos! À medida que vão dançando, afastam-se um pouco de JP e o escritor contempla-os e pensa, Isto, sim, é um final digno da mais louca Bologonovela da Web. Nesse preciso momento, uma lágrima corre-lhe pelo olho, mas tem de ser… ele empurra a caneta para o papel e escreve... FIM!

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